terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O Grande Castigo: A "Nova" Guerra Fria

O GRANDE CASTIGO IMINENTE REVELADO NO TERCEIRO SEGREDO DE FÁTIMA

Pelo Padre Paul Kramer, B.Ph., S.T.B., M. Div., S.T.L. (Cand.)

TERCEIRA PARTE
A "NOVA" GUERRA FRIA

Em 1989, a Secretaria de Estado do Vaticano decretou a ‘linha do partido’[1]: "A Consagração da Rússia foi feita em 1984" - apesar do fato de não ter havido nenhuma consagração da Rússia feita por um Papa desde Pio XII em 1952. A consagração de 1952 foi feita apenas pelo Papa, sem a participação de todos os Bispos, e por isso não satisfez o pedido de Nossa Senhora de Fátima.

Para dar alguma credibilidade à mentira, os apoiantes fundamentalistas da "linha do partido" do Vaticano têm dito constantemente que a Rússia se converteu, ou que, pelo menos, está a caminho da conversão.

A prova da alegada ‘conversão’ consiste de coisas como a queda do Muro de Berlim e o ‘colapso’ do Comunismo que se seguiu na Europa de Leste, e a ‘desintegração’ da União Soviética em 1991. Disse-se então que a Guerra Fria estava ‘terminada’. O Ocidente ganhara (ou, pelo menos, foi o que se disse). O Comunismo foi derrotado (mas a Rússia continuava a mesma aliada às nações comunistas). A Rússia ‘democrática’ tinha entrado num acordo com os Estados Unidos, que agora eram vistos (falsamente) como a única superpotência do planeta. A ‘Civilização do Amor’ foi proclamada a bom som - e Fátima podia agora ser arrumada como coisa do passado, juntamente com a União Soviética, o Muro de Berlim e a Guerra Fria, tudo isto peças de museu.

Com o ‘fim’ da Guerra Fria, os antigos adversários podiam agora desarmar-se a associar as suas forças contra os ‘estados rebeldes’, ‘maus atores’, proliferadores de Armas de Destruição Maciça (ADM) e promotores do terrorismo. Já não havia receio de um cataclismo global: como declarou Mons. (hoje Cardeal) Tarcisio Bertone, o "pedaço de história marcado por trágicas veleidades humanas de poder e de iniquidade" tinha sido "encerrado".

As Manobras da Rússia

Em 17 de Fevereiro de 2004, o analista de defesa russo Pavel Felgenhauer escreveu no diário The Moscow Times: "As forças armadas russas começaram um exercício estratégico que é considerado o maior desde o período soviético. As manobras", continou o Sr. Felgenhauer, "são muito de aparência soviética, tanto no estilo como no conteúdo, representando uma possível confrontação com os Estados Unidos e os seus aliados". E Felgenhauer faz em seguida uma pergunta muito legítima:

"Putin diz constantemente que a Rússia escolheu o caminho da democracia e das reformas econômicas de mercado; se assim é, para quê gastar dinheiro a preparar-se para combater as democracias ocidentais numa guerra nuclear..."?

A resposta a esta pergunta é realmente assustadora, e é completamente estranha à ‘percepção gerida’ imposta ao público pelos meios de comunicação controlados pelos poderes estabelecidos: aquilo a que o Presidente Eisenhower chamou o ‘complexo militar industrial’ e a que Lénine chamou as ‘cúpulas do poder’.

Já sublinhei, na primeira parte desta série, que se constituiu um "Novo Eixo" de nações alinhadas contra os Estados Unidos e os seus aliados. O Novo Eixo é um Eixo Moscovo-Pequim, e a sua existência é bem conhecida ao nível ministerial do governo americano.[2]

Tratado de Amizade China-Rússia

Em Julho de 2001, a Rússia e a China assinaram um Tratado de Amizade Chinês-Russo e declararam abertamente os seus interesses estratégicos comuns contra os Estados Unidos. Nesta altura, podemos refrasear a pergunta do Sr. Felgenhauer desta maneira: "Se a Rússia escolheu realmente o caminho da democracia e das reformas econômicas do mercado, então, …

“Porque é que a Rússia se alinha com as potências comunistas contra os Estados Unidos, e se prepara para uma guerra nuclear com as democracias ocidentais...”?

A primeira e mais fundamental consideração a ser feita sobre este assunto é que o ‘colapso da União Soviética’ foi planificado muito cuidadosamente com antecedência pelo Partido Comunista da União Soviética. Cristopher Story sublinha que o ‘colapso’ aparente do Comunismo não foi um colapso, "mas antes que os Soviéticos desmantelaram o modelo estalinista e restauraram no seu lugar um modelo revolucionário leninista à escala mundial, modelo esse planificado com antecedência, atualizado e regalvanizado".[3]

Isto foi admitido claramente pelo Tenente-General Alexander Lebed, citado pela Itar-Tass, a agência noticiosa comunista russa, em 19 de Agosto de 1994, que descreveu o ‘acontecimento dramático’ predito por Gorbachev como sendo…

"uma provocação em larga escala e sem precedentes, planeada e executada brilhantemente, em que foram escritos argumentos para os inteligentes e os estúpidos, e todos eles desempenharam os seus papéis consciente ou inconscientemente".[4]

E assim, de acordo com isto, Oleg Poptsov, Diretor do Segundo Canal Nacional de TV, declarou em Junho de 1995 à Obshchaya Gazeta: "Não devemos esquecer que todos os representantes do antigo sistema político se adaptaram lindamente à nova situação econômica. Estão nos bancos. Foram os primeiros a compreender todos os lados positivos de um sistema de capitalismo controlado pelo governo. Foram muito bons organizadores, e foram pioneiros na comercialização do país".[5]

‘Eles’ eram os ‘antigos’ oficiais do KGB e do GRU, especialmente treinados, que, como Story sublinha, "tomaram conta da economia e do sistema financeiro em 1990-91".

Assim, o Presidente Vladimir Putin, antigo chefe da polícia secreta soviética, declarou no seu Discurso da ‘Cheka’ (predecessor da temida KGB) de 20 de Dezembro de 2001 que "o principal resultado do trabalho dos serviços de segurança na última década foi que se tornaram uma parte orgânica do governo democrático, e o seu componente natural e necessário".

E Story conclui logicamente: "Esta confissão confirma o que se pode estabelecer com facilidade, revendo os antecedentes das personalidades importantes na cena política de Moscovo - ou seja, que o governo russo é ‘dirigido’, e foi ‘tomado’ pelos serviços de informações", que continuam a ser soviéticos e comunistas.[6]

O Comunismo, na mente de Marx e Lênine, é o resultado do processo dialético (um processo que parece seguir em direções opostas - primeiro para a direita, depois para a esquerda, mas acaba por ir para o lado que os Marxistas querem) da revolução mundial. Quando as potências ocidentais acabarem por ser definitivamente derrotadas pelas forças ‘progressistas’ da revolução mundial comunista, então haverá ‘paz’, que, na mente marxista, é a mesma coisa que a dominação do mundo pelo Comunismo.

Vitória Comunista – "Paz" Comunista

Numa entrevista para a TV no programa Fátima: "Chegou a Hora", o General Daniel Graham, do Exército dos Estados Unidos, contou que estava uma vez a falar em Moscovo com um oficial soviético sobre o tema da ‘paz’. O oficial soviético perguntou-lhe: "Não quer a paz"? O General Graham respondeu: "Não! Eu sei o que querem dizer com a paz". Nesse preciso momento, o carro em que seguiam passou por um enorme cartaz em que se via um soldado armado do Exército Vermelho soviético. Por baixo da figura estava a seguinte legenda: "Pobieda kommunista eta mir" (A vitória comunista é a paz).

Os ‘idiotas úteis’ (como Lênine lhes chamava) dos meios de comunicação liberais e esquerdistas caracterizam a ideia de que o Comunismo está totalmente dedicado à revolução mundial como uma expressão paranóica de ‘histeria anticomunista’, mas o ‘dogma’ mais fundamental da doutrina marxista ainda é que o Comunismo deve conquistar o mundo, e consegui-lo-á. Assim, Mikhail Gorbachev declarou em Novembro de 1987:

"Estamos a avançar para um mundo novo, o mundo do Comunismo. Nunca deixaremos de seguir esse caminho".[7]

As ‘mudanças’ na Rússia Soviética devem ser compreendidas segundo aquilo a que Gorbachev chamou ‘método de cognição dialética’ leninista. Yelena Bonner, viúva do falecido Andrei Sakharov, dissidente anti-comunista russo bem conhecido, dá-nos uma chave para compreendermos todas as declarações comunistas / leninistas / marxistas, que é a seguinte:

"O ponto da questão é que o objetivo comunista é fixo e imutável – nunca varia um iota do seu objetivo de dominação mundial, mas se o julgarmos pela direção em que parece que está a ir, enganar-nos-emos".[8]

O ‘colapso do Comunismo’ e o ‘fim’ da ‘antiga’ União Soviética foram etapas programadas da revolução mundial leninista, planeadas com décadas de antecedência.

A Burguesia Tem de Ser Posta a Dormir

Dimitri Manuilski previu já em 1930 as ‘mudanças’ na União Soviética, e explicou a finalidade dessas mudanças:

"A burguesia tem de ser posta a dormir. Por isso, começaremos por lançar o movimento de paz mais espetacular que já se conheceu. Haverá aberturas eletrizantes e concessões sem precedentes. Os países capitalistas, estúpidos e decadentes, alegrar-se-ão em cooperar na sua própria destruição. Saltarão com entusiasmo a uma nova oportunidade de serem amigos. E então, quando abaixarem as defesas, esmagá-las-emos com o nosso punho fechado".[9]

Nesta mesma linha, Gorbachev declarou ao Politburo (o organismo dirigente supremo do regime comunista na União Soviética), na altura em que se estavam a fazer as preparações imediatas para as ‘mudanças’:

"Senhores, Camaradas, não se preocupem com tudo o que ouvirem sobre ‘glasnost’ e ‘perestroika’ e democracia nos próximos anos. Não haverá mudanças internas significativas na União Soviética, a não ser para fins cosméticos. O nosso fim é desarmar os americanos e deixá-los adormecer".[10]

Gorbachev sublinhou a natureza revolucionária leninista das ‘mudanças’ cosméticas em 17 de Maio de 1990, quando disse:

"Mesmo quando as pessoas que me rodeiam estão a gritar ‘caos, caos, caos’, e ‘colapso, colapso’, eu acredito, como Lênine disse, que este caos revolucionário ainda irá cristalizar-se em novas formas de vida … INICIÁMOS A ÚLTIMA VOLTA".[11]

A última volta da revolução mundial comunista, evidentemente[12]

Começou com a Revolução de Outubro, a que se seguiu a Nova Política Econômica de Lênine, que, por sua vez, foi continuada pelo Socialismo num Só País de Stálin, seguido da Coexistência Pacífica de Khrushchev, seguida da Détente de Brezhnev, seguida da perestroika de Gorbachev, a preparação imediata para o novo democratismo russo. Este é o sistema presente de democracia de gestão seguido hoje na Rússia, e que é, na realidade, a implementação da Nova Política Econômica de Lênine a uma escala mais grandiosa. Esta política soviética tem por fim substituir a ditadura do proletariado pelo estado de todo o povo, que é a etapa final antes da imposição do Comunismo em todo o mundo.

No seu livro Perestroika, Um Novo Pensamento para o Nosso País e Para o Mundo, Gorbachev dá ênfase especial ao período leninista: "as obras de Lênine e os seus ideais de socialismo continuam a ser para nós uma fonte inexaustível de pensamento criador, de riqueza teórica e de astúcia política.… é instrutivo notar que [o período leninista] provou a força da dialética marxista-leninista, cujas conclusões se baseiam numa análise da situação histórica atual".[13]

Cristopher Story explica que a ‘situação histórica atual’ a que Gorbachev se refere "era a ‘Nova Política Econômica’, um embuste estratégico idealizado por Lênine, que teve um sucesso notável", e que "defraudou o Ocidente, convencendo-o de que os revolucionários leninistas tinham diminuído ou abandonado a sua ideologia comunista".[14] Como resultado desta fraude leninista, o New York Times anunciou na primeira página do seu número de 13 de Agosto de 1921: "Lênine abandona a propriedade pelo Estado como política soviética".

Setenta anos mais tarde, Story comenta: "em 26 de Julho de 1991, o New York Times anunciou prematuramente a ‘morte do Comunismo’ na primeira página pela segunda vez". Na "segunda vez", explica Story, "o KGB precisava de cuidar dos mais ínfimos pormenores para organizar e publicitar a nível mundial a provocação do ‘golpe de Agosto’, com o nome de código Gólgota - para fornecer um pretexto ‘convincente’ para um abandono aparente do Comunismo, a alegada proibição do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), e o subsequente ‘colapso’ controlado da União Soviética".[15] O nome de código Gólgota é uma alusão blasfema à futura ‘ressurreição’ da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O processo dessa ‘ressurreição’ está atualmente em andamento.

Escrevendo da Rússia, o analista de defesa russo Pavel Felgenhauer explica, na sua coluna de 11 de Setembro de 2003 no Moscow Times, que "o mundo do pós 11 de Setembro parecia dar uma oportunidade para uma verdadeira sociedade em termos de igualdade com a América … Washington devia voltar-se para a ONU e atuar juntamente com outros países, dando atenção especial à Rússia".

"Evidentemente", continua Felgenhauer, "havia cépticos nas comunidades militar e de segurança russas que nunca confiaram nos Americanos, que acreditavam que os Estados Unidos seriam sempre um inimigo - o centro do mal e do Sionismo mundial".

O regime de Bush, ao que parece, esforçou-se o mais que pôde para provar que estes cépticos russos estavam corretos. Felgenhauer diz que estes cépticos murmuravam, zangados, nos bastidores: "Os Ianques dizem que foram para a Ásia Central ‘temporariamente’, mas vão lá ficar, e nós seremos gradualmente forçados a sair".

"Hoje", Felgenhauer continua, "depois de tantas ações unilaterais dos E.U.A., estes cépticos parecem estar a dominar por completo a tomada de decisões da política interna e externa da Rússia. O ponto da mudança", diz, "foi o Iraque". "Os grupos de pressão da segurança e dos militares - os chekistas e os siloviki - exerceram pressões para que a Rússia se opusesse firmemente à América … a força dos chekistas [o KGB, Polícia Secreta] dentro do Kremlin continuou a aumentar". No início de Setembro, o "bem informado comentador do Kremlin Gleb Pavlovsky reconheceu publicamente que os chekistas e os siloviki estão perto de conquistar o poder na Rússia".

A verdade é que os chekistas nunca deixaram o poder, porque foram eles que levaram a cabo, de fato, as ‘mudanças’ previstas que levaram ao ‘colapso’ da União Soviética. Todavia, a finalização da ‘operação Gólgota’ está agora a aproximar-se. Os chekistas e os siloviki, os Sovietes da linha dura que estão agora a ocupar diretamente as cadeiras do poder, querem, como explica Felgenhauer, "a restauração da ‘Grande Rússia,’ ao estilo soviético - um estado policial rígido e autoritário com uma economia estatizada, xenofóbico, anti-Americano e anti-semítico".

A Rússia Prepara-se para a Guerra com os Estados Unidos

A nova Guerra Fria já está em pleno andamento, enquanto que a Rússia Soviética se prepara para a guerra com os Estados Unidos. O Governo Soviético notificou os Estados Unidos que as suas manobras de meados de Fevereiro de 2004 seriam um exercício, que descreveu como sendo "parte dos esforços para neutralizar as ameaças de terrorismo, embora imite o cenário de uma guerra total, como sucedia durante a Guerra Fria".[16] Ivan Safranchuk, chefe da sede de Moscovo do Centro de Informações de Defesa, disse: "o exercício segue o cenário antigo, e designá-lo como anti-terrorista é absurdo".[17] Um editorial do Moscow Times diz que é "um pouco alarmante" que o Kremlin simule uma guerra nuclear, mas "o que é mais alarmante é que os comandantes russos, embora não o admitam em público … continuam a acreditar que uma guerra de permuta nuclear entre os Estados Unidos e a Rússia é possível, e que, portanto, devem prepara-se para ela. Infelizmente, passa-se a mesma situação com os comandantes americanos".[18]

Putin anunciou que alguns SS-19 estarão operacionais até 2030 - "Não é um bom presságio", conclui Felgenhauer.

Continua a aumentar a tensão entre os rivais da Guerra Fria: "As relações entre os Estados Unidos e a Rússia", diz Vladimir Issachenkov, "pioraram por causa das críticas de Moscovo à guerra no Iraque, das preocupações dos americanos sobre tendências autoritárias na política interna do Kremlin e das tentativas da Rússia para firmar a sua autoridade em relação aos seus vizinhos ex-soviéticos".[19]

Na segunda-feira, 26 de Janeiro, o Secretário de Estado americano Colin Powell fez um aviso claro sobre o estado da ‘democracia’ russa, ao declarar: "Parece-nos que o sistema democrático da Rússia ainda tem de encontrar um equilíbrio necessário entre os ramos executivo, legislativo e judicial do poder … O poder político ainda não está completamente ligado à lei." Bem, como diria Bill Clinton, "Tudo depende de como se define democracia".

Sergei Markov, diretor do Instituto de Estudos Políticos e secretário da Comissão Cívica dos Assuntos Exteriores, explica no seu ensaio, O Futuro da Democracia de Gestão, que "há três equipas no Kremlin … Nenhuma se opõe à democracia, mas cada uma compreende a democracia à sua maneira." Markov explica: "Os chekistas de S. Petersburgo" [Putin é um chekista de S. Petersburgo], "consideram-se responsáveis por restaurar a grandeza da Rússia … São a favor da democracia, desde que ela os ajude a atingirem o seu objectivo: o estatuto de uma grande potência. Quando os atrapalha, a democracia deve ser limitada".[20]

Markov dá um exemplo: "Isto quer dizer, às vezes, prejudicar os interesses de uma minoria egoísta - para neutralizar as ambições de Mikhail Khodorkovsky, que os chekistas consideram ser uma ameaça para o bem do estado."

Khodorkovsky foi considerado uma "ameaça para o bem do estado" pelos chekistas precisamente porque era uma ameaça para eles. Estava a financiar partidos da oposição. Ivan Rybkin é outro exemplo. Rybkin, o homem que era o candidato da oposição, foi raptado em meados de Fevereiro e esteve vários dias desaparecido. Quando regressou, estava visivelmente abalado, e desistiu da corrida eleitoral contra Putin. Não passava de um candidato presidencial insignificante, mas fazia campanha contra Vladimir Putin de forma tão veemente, exprimindo os seus ataques pessoais tão claramente, que tinha que ser neutralizado.

Markov explica também: "Putin acredita firmemente na obediência à lei. Os inimigos devem ser esmagados, evidentemente, mas somente dentro do enquadramento legal". Mais uma vez, tudo depende da definição que se tem da lei - Lênine definia-a como "o exercício do poder absoluto sem quaisquer limitações". É esta ‘obediência à lei’ leninista que a Rússia Soviética pretende impor pela força a todo o mundo.

Espiritualmente Falidos

A Nova Ordem Mundial do mundo capitalista não pode salvar o mundo da escravatura comunista: é criação da Maçonaria, e a ordem que iria impor ao mundo é substancialmente idêntica ao Comunismo.[21] Os principais revolucionários que criaram o mundo comunista, como documenta Manfred Adler,[22] eram maçons - o Comunismo é criação da Maçonaria. A luta entre os dois é a luta entre o "Império do Mal" e o "Grande Satanás". Não podemos esperar que o Ocidente salve o mundo do ‘Dragão Vermelho’, apenas para ser devorado pelo ‘Dragão Negro’, porque o Comunismo soviético e a imposição americana da Nova Ordem Mundial são, na realidade, a mesma Besta Maçônica.[23]

O Ocidente corrupto e decadente está carente da sua seiva espiritual, que é a fé em Jesus Cristo. A América não pode salvar o mundo - nem sequer se pode salvar a si própria. O ‘Século Americano’ foi o século passado, e a América, espiritualmente falida, está agora num declínio total e rápido, à medida que se afunda no seu próprio oceano de decadência moral: abortos, divórcios, contracepção, casamentos do mesmo sexo, direitos dos homossexuais, pornografia, etc.; a superpotência titânica sofre o destino do Titanic. A glória da América é a glória do passado.

Todavia, a grande nação da Rússia foi designada por Deus para ser um ‘vaso de eleição’, que Deus tenciona usar como o Seu instrumento escolhido para destruir a Besta Maçônica – a Nova Ordem Mundial. Chegou a vez da Rússia, e é por isso que Nossa Senhora de Fátima pediu que a Rússia fosse consagrada:

"É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do Mundo, a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio ..."[24]

Deus ordenou que S. Paulo fosse designado e consagrado porque Ele o tinha escolhido para ser um ‘vaso de eleição’ para a conversão das nações. Antes de se converter, S. Paulo era um perseguidor da Igreja. A Rússia tem sido também um grande perseguidor da Igreja, mas chegou a hora de se tornar o vaso de eleição, o instrumento nas mãos de Deus para matar o dragão, a Besta do Apocalipse. Deus dará à Rússia o poder de destruir a Nova Ordem Mundial, que não reconhece a Deus, mas só quando essa nação tiver sido designada, como S. Paulo, e consagrada. A Rússia foi escolhida, tal como David foi escolhido por Deus, mas David foi primeiro consagrado, e só depois partiu e matou o gigante filisteu. Assim, enquanto o pedido de Deus sobre essa consagração estiver por cumprir, a Rússia continuará a ser um instrumento de ódio.

Como explicou a Irmã Lúcia:

"A Santíssima Virgem disse muitas vezes aos meus primos Francisco e Jacinta, assim como a mim, que a Rússia será o instrumento escolhido pelo Céu para castigar todo o mundo (pelos seus pecados), se antes não alcançarmos a conversão dessa pobre nação ...".[25]

Nossa Senhora de Fátima disse à Irmã Lúcia em Maio de 1952:

"Participa ao Santo Padre que continuo à espera da Consagração da Rússia a Meu Imaculado Coração. Sem a Consagração, a Rússia não poderá converter-se, nem o mundo terá paz".[26]

Como vimos no início deste artigo, a Rússia está a mostrar publicamente a sua força nuclear. A política externa americana, ao promover a sua Nova Ordem Mundial, irritou a linha dura russa, hoje no poder, e que declarou sem ambiguidades: "Já chega"!

Só há uma alternativa a esta confrontação - ou seja, a consagração e a conversão da Rússia, que porá fim à Nova Ordem Mundial maçônica e levará à conversão de todo o mundo a Jesus Cristo.

O mundo está à beira de uma destruição incalculável: o aniquilamento nuclear. Deus prometeu que, por meio da consagração da Rússia, "por este meio", a Rússia será salva e haverá paz no mundo. Até agora, o Papa entendeu não fazer a única coisa, o único ato pelo qual Deus prometeu salvar o mundo. O engano diabólico propagado pelo Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Angelo Sodano, é a mentira de que o pedido do Céu já foi atendido.

O Cardeal Bertone, porque acredita na mentira de Sodano (assim como na sua), está convencido de que não há motivos para preocupação, porque o "pedaço de história, marcado por trágicas veleidades humanas de poder e de iniquidade" já foi "encerrado". Segundo eles, portanto, não há qualquer perigo de uma guerra mundial, nem perigo de um aniquilamento nuclear, nem qualquer razão para se perder tempo a pensar no pedido de Deus sobre a consagração da Rússia. Não é possível imaginar uma loucura maior.

O Papa João Paulo II declarou em Fátima que "a mensagem de Fátima impõe à Igreja uma obrigação". Devido às consequências incalculavelmente catastróficas de não se atender o pedido do Céu, o Bispo Rudolf Graber declarou que ignorar a mensagem e os pedidos de Nossa Senhora de Fátima é comparável a um "crime contra a humanidade". Não ouso julgar aqueles cortesãos do Vaticano que se opuseram ao pedido de Nossa Senhora para a Consagração da Rússia e impediram que o Santo Padre o cumprisse; mas seja como for - que Deus tenha compaixão das suas almas.


Notas

1. O Derradeiro Combate do Demônio, Cap. 8, pp. 89ff.
2. Em 10 de Outubro de 2002, o Vice-Secretário da Defesa, Paul Wolfowitz, disse: "A coisa que nos surgiu da Comissão Rumsfeld, a maior surpresa, foi compreender de que maneira estes agentes malignos (os estados do Novo Eixo) estavam a ajudar-se tanto uns aos outros, e além disso a quantidade de ajuda que vinha da Rússia e da China".
3. Cristopher Story, The European Union Collective, Londres e Nova York, 2002, p. 7.
4. Ibid., p. 52.
5. Ibid., p. 63.
6. Victor Shenderovich, cujo programa de sátira política Kukli (marionetes) foi cancelado pela apresentação menos que respeitosa que fazia de Vladimir Putin, disse na rádio em 27 de Fevereiro que Putin reformou a economia introduzindo "o KGB e os Comunistas". A entrevista encontra-se em: www.theconnection.org
7. Cristopher Story, Ibid., p.19
8. Ibid., p. 19.
9. Ibid., p. 35.
10. Ibid., p. 44.
11. Ibid., p. 49.
12. Gorbachev, em 15 de Novembro de 1985: "Para a construção do nosso futuro baseamo-nos no … Marxismo-Leninismo ... através da restruturação [‘perestroika’ - ‘reforma’] queremos dar ao socialismo um segundo ímpeto". Ibid., p. 38.
13. Ibid., p. 53.
14. Ibid., p. 53.
15. Ibid., p. 53.
16. The Moscow Times, 2 de Fevereiro de 2004.
17. "Military Planning New Exercises", in The Moscow Times, 2 de Fevereiro de 2004.
18. The Moscow Times, 3 de Fevereiro de 2004.
19. The Moscow Times, 2 de Fevereiro de 2004.
20. The Moscow Times, 27 de Janeiro de 2004.
21. c.f. Manfred Adler, Die Söhne der Finsternis: Die Geplante Weltregierung.
22. Manfred Adler; Die Antichristliche Revolution der Freimaurerei, Jestetten, 1983, p. 47.
23. Para uma explicação mais aprofundada, peça o folheto do Padre Kramer "O Castigo do Mundo Profetizado por Nossa Senhora de Fátima."
24. Frère Michel de la Sainte Trinité, The Whole Truth About Fátima, Vol. II, p. 555.
25. Frère Michel, The Whole Truth About Fátima, Vol. III, The Third Secret, p. 505.
26. Cf. Il Pellegrinaggio Delle Meraviglie, p. 440 (publicado sob os auspícios do episcopado italiano).




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